terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Por que me tornei espírita?

Não vejo outro tema para uma primeira postagem. A escolha a mim, parece lógica. E por aqui você perceberá que tudo se baseará na lógica. Nada de dogmas, nada que não possa ser discutido, revisto, questionado, esclarecido, já que aqui não há donos da verdade. Apenas um espaço para conhecer melhor uma doutrina consoladora, lógica e revolucionária.
Às vezes me pergunto se eu realmente me tornei espírita... Acredito que já nasci assim. E por motivos óbvios, se eu creio em trazer um conteúdo de antes do nascimento, evidentemente, não deve ser a primeira vez que me apresentam à doutrina espírita. Sinto que não. Dessa vez, sinto também que devo aprender mais. Penso que a melhor maneira de aprender é ensinar. E como me fascina a leitura das obras espíritas, resolvi compartilhar aqui, nesse espaço democrático, a alegria de entender, os tidos como, grandes mistérios da humanidade à luz da ciência, da razão.
Haverá momentos em que à razão falará argumentos, como quando nos referimos a Deus. Este não pode ser definido e percebido com base nos nossos pobres cinco sentidos. Deus é muito mais do que sonha a nossa limitada filosofia. Mas existe, e se comprova em suas obras, como veremos mais adiante. Não é possível compreender Deus. Mas é necessário amá-lo, e adorá-lo através de seus filhos, nossos irmãos que se encontram em alguma necessidades. Este é o princípio da solidariedade e da caridade Cristã.
Eu não nasci em família espírita. Ao contrário, meu pai é uma das pessoas mais materialistas que conheci. Ás vezes me divirto com suas colocações e como ao caminhar com o tempo, rumo à velhice, ele mesmo se perde em suas convicções. A ele, sempre digo que um dia nos encontraremos em outros planos e ele terá que me dar razão. E acrescento, que não tenho pressa em ter razão.
Minha mãe por sua vez é mais "temente a Deus". Mas ainda é do tipo que aceita as verdades sem questioná-las. Do tipo: Se me disseram que é assim. É assim! Por que? Não sei! Mas alguém que me disse deve saber porque. E vai levando a sua vida, dentro do que acredita.
Fato é que eu sempre fui questionadora. Do tipo que teria sua catequese abreviada em função de perguntas descabidas, do tipo: Se Adão foi o primeiro homem, criado por Deus, e depois dele, foi criada Eva, eles pecaram e tiveram dois filhos, Caim e Abel. Se Caim matou Abel, ficaram Adão, Eva e Caim (que não deveria ser boa bisca, visto que matou o irmão). Então de onde vem a humanidade? Caim se casou. Com quem? Se além dele e do pai, só havia de mulher a mãe? Além disso, Adão e Eva tiveram outros filhos? Depois do pecado original continuaram pecando? A arca de noé abrigava um casal de cada animal, certo? Onde foi construida arca tão grande? E como Noé fazia pra a raposa não comer a galinha, pra a cobra não comer o sapo, pra o leão não devorar a gazela? Eu perguntaria também, se cada casal de animal vivia confinado numa arca, no meio da água, quem fazia a higiene da arca? Noé e sua família?
Minhas dúvidas não tinham fim. Com o passar do tempo, passei a me perguntar por que alguns nascem ricos e outros pobres, alguns nascem com saúde e outros com o corpo deficiente. Por que existem homicídios. Por que as pessoas roubam. Por que fazem tudo por dinheiro, se ao morrer, nada levarão.
Por fim, comecei a me perguntar se valia a pena ser bom, se com 70, 80 anos eu iria morrer, velha, abandonada e nada me restaria depois.
Foi então que por conversas com parentes da minha mãe, primas e tias, espíritas, nas npssas férias escolares, eu tomei conhecimento do espiritismo. E foi como se voltasse pra casa, foi como se recordasse uma verdade antiga. Foi como se me encontrasse finalmente entre os meus. Só muito tempo depois, eu pude finalmente comprar meus próprios livros, estudar, e frequentar um centro espírita.
Se sou médium? Não, nunca fui. Apesar de ter plena consciência de que vivemos diuturnamente cercados por uma nuvem de testemunhas, eu nunca incorporei, nem nunca os vi. Mas já presenciei incorporações, onde conversava não mais com o médium, mas com o ente querido que se fora.
Em resumo, eu me tornei espírita por que isso me deixa em paz com a minha consciência, me indica o melhor camminho a trilhar, me indica Deus como um Pai justo e bom, e me faz crer que tudo tem um porque e uma causa. O espiritismo respondeu aos meus porquês!